domingo, 5 de julho de 2009

O drama dos seres fragmentários é a fome pelo ABSOLUTO

O mais importante em toda afirmação é servir de marco ao processo. Mesmo quando defendemos posturas com unhas e dentes, tais bandeiras não devem ser carregadas e sim colocadas em mastros fixos ao longo do Caminho, posto que marcos. Posições simplesmente marcam um movimento de uma dança que morre quando congela em um passo.
Ao carregar uma bandeira sobre os ombros, você não tem como reavaliar: está lá com você, aproveitando seu eixo. Vire para trás e ela esconde-se em suas costas. Volte para a frente e ela se desfralda novamente para trás. Não há como notar o quão poeirenta, o quão surrada tornou-se. Os reparos, quase sempre tardios, vêm quando não há mais chance para além de remendos.
Nesse diálogo interno, onde buscamos fontes e luzes como que por instinto, reavaliar é a Grande Arte. Quase sempre difícil, não por ser complexa e sim por tocar nas emoções - e na fome imediatista por um ponto final. Afinal, o caminho é longo e cansa.
Quantas vezes já não peguei-me em discursos por justiça que beiravam o fascismo? Em contradições extremas em nome de uma lógica que, de início, parecia tão coerente? Em quantas brechas e sulcos já não tropecei nesse caminho?
Muitas, mas não tantas quanto nas vezes em que esqueci-me de que era apenas isso: um caminho.

A perfeição, a realização suprema, a felicidade eterna, a teoria unificadora, a verdade absoluta, a solução final, o encontro com Deus.
Nos esquecemos que nessa busca tudo é um momento... seguido de outros.

3 comentários:

De Marchi ॐ disse...

Já sei: "Nem li".

웃 Mony 웃 disse...

Aí é que está, toda a vida é uma sucessão de momentos... A mesma solução de ontem pode não servir mais para o hoje.
Ao invés de bandeiras, prefiro deixar os ombros livres para acolher em abraços os que amo... ;)

De Marchi ॐ disse...

Viram? Tópicos bões não dão IBOPE!