Lá nos idos de guaraná com rolha eu havia comentado sobre as eleições de 2010. E o que mais me intriga é que, de lá pra cá, praticamente NADA mudou. Senão, vejamos:
Quesito "as pessoas ainda não sabem..."
- que gostar de um artista ou equivalente não o torna bom político;
- o que é atribuição do Presidente e o que é do Governador;
- para que serve um senador;
- a diferença entre deputado estadual e federal (ou mesmo a destes quanto aos vereadores);
- a diferença entre protestar e ser leviano;
- a diferença entre votar nulo ou em branco;
- a diferença entre intenção de voto e voto real.
Como existe pouca coisa mais chata do que blog metido a ser didático, locupletemo-nos todos; não serei eu a explicar. Sigamos com o próximo quesito:
"As pessoas não imaginam..."
- que não é pra votar em quem está ganhando e sim em quem você quer (seu candidato que tem 10% de intenções vai pra 2% e assim você não diz ao país quantos porcento dele pensam de X maneira);
- que a política econômica é definida por lobby do FMI & companhia, independentemente de quem entrar;
- que obra de infraestrutura, seja metrô ou transposição de rio, depende de uma grana que não temos, pois estamos atolados (sim, ainda) em dívidas - e crédito implica em mais delas;
- que é totalmente possível indexar um aumento de 500 ou 1000% no salário mínimo - o único porém é que provocará demissões em massa;
- que a dita 'melhora' do país em termos de emprego e dinheiro não tem relação direta com FHC ou Lula (ao contrário do que ambos afirmam) e sim com a demanda econômica, interna e externa, que aqueceu o setor produtivo. A China quer pipoca, o fazendeiro que ia plantar acerola decide partir pro milho e contrata o Chico Bento que passa a pagar as pingas marcadas na vendinha. Todo o mundo está investindo no terceiro mundo (e a Índia vai melhor que nós nesse sentido, diga-se de passagem) simplesmente porque é mais barato, tem gente pra chuchu e leis bem 'flexíveis'. Ou seja, se seu patrão, nacional ou importado, perceber que ganha mais com especulação do que produzindo, certamente migrará sua bufunfa, seja quem for o partido da vez;
- que política É uma guerra de interesses e que, portanto, o coerente é votar naquele que se compromete melhor com os interesses do seu setor. Assim sendo, não há do que reclamar se um faminto vai votar em bolsa-esmola, um empresário em redução impossível de impostos e um banqueiro naquele candidato ao qual emprestou alguns milhões de campanha para cobrar favor depois. Não existe abnegação na hora de reivindicar seu quinhão;
- que, assim como mamãe prometeu um ferrorama e você ganhou um par de meia, assim como Deus prometeu o Édem e os judeus terminaram em Israel (ou pior, em Auschwitz) e assim como você prometeu que só botava a cabecinha, promessas são a bolacha cream-cracker da interação humana - as mais fáceis de quebrar e as mais baratas de se comprar;
Na sequência, comentários pessoais e em nada embasados sobre as opções (ou a falta de) disponíveis nessas eleições.
Um comentário:
Coloca uma colinha aí pra gente votar direito… ou esquerdo… ou centro-avante… :P
Postar um comentário