sexta-feira, 29 de maio de 2009

• Ah, como preciso!

Como preciso vencer esse réptil que há em mim! Trazê-lo à tona, junto de mim, pacificado! Sem deixar de sê-lo, mas a mim, comigo. Preciso vencê-lo para provar a mim mesmo que podemos vencê-los.

***

Minha escolha sempre foi a mesma, desde gurizinho. Faltavam-me meios, palavras e tons para descrevê-la, apontá-la e compreendê-la em todas as suas nuances, as quais ainda não alcancei (e provavelmente jamais o farei), mas que hoje, por alguma mágica desse universo, vem a mim para além do sentir, do intuir e do desejar.
Eu quero, concretamente, que minha raça sobreviva. Que a vida floresça e se espalhe pelo universo, que se some à outras, que construa e progrida. Quero reverter meu passo e abrandar a crítica ao positivismo, porque nele ainda há algo a ser dito e sentido. Algo que desvanece tão logo se adiante o passo na direção de um pessimismo cego, cínico e furtivo.
Abrandar, mas jamais perdê-la. O humor e a análise, velhas paixões, estarão comigo porque são mais eu do que 'mim'. A arte e o sonho, o magnetismo que une meus eus, finalmente formam grupo com as outras paixões e acenam para o trabalho conjunto.

Uma grande depressão, tão duradoura quanto aparentemente eterna, na verdade foi mal julgada pelo imediatismo que também há em mim. Tolice: a crise, a eterna crise, é o nome do jogo. E suas circunvoluções mágicas, suas espirais... são todo o sentido de que preciso em minha curta, frágil e tão íntima obra.

Quero o Cosmos. Quero espalhar-me, movido pela nova religião do Universo.
Nunca falei num eu tão coletivo quanto este. Quero para Mim todas as coisas que eu, com letras minúculas, jamais alcancarei. Que esse Eu Nós floresça.

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Havia esquecido que dar voltas significa mais do que passar pelo mesmo lugar (a menos, claro, que você seja o mesmíssimo de antes - o que não é lá bom sinal). O mesmo lugar diz novas coisas, porque ele mesmo é um novo despertar dessa explosão gigantesca que somos Nós. Isso é o que diz essa estranha esperança revigorada que se abateu sobre minha cuquinha frouxa por demais atribulada. Hermetismos verbais do que é pura sensação e enlevo, para além das palavras. Pazes feitas com Deus, um reapaixonar-se pelas 'minhas coisas'.
Até a próxima tristeza, vagão de alegrias futuras.

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Momento feliz. Revisitei um velho professor, do qual aprendi parte do que me forma e com quem infelizmente tive pouco tempo para ir além. Descobri, embasbacado, que sem saber cheguei em muitas de suas visões. Sou imensamente grato a esses professores e amigos que, com suas conversas, lembram-me aquilo que sou e qual meu pequeno propósito. Ser um elo na corrente pode ser magnífico, dependendo do que ela sustenta.

Carl, meu velho. Obrigado. Também penso assim.

2 comentários:

웃 Mony 웃 disse...

Vôa, beija-flor encantado, poliniza tuas idéias, tuas vivências, tua existência, que há sempre muito a florescer.

Mario Ferrari disse...

Só falta você começar a ensinar o que aprendeu!
Beijo
Prof Mario (rssss)