terça-feira, 22 de abril de 2008

• Intensidade & Intenções

Saudades de escrever aqui. Proporcionais ao esgotamento que rouba as palavras das pontas dos meus dedos. Ainda assim, saudades. Estou cansado, física e mentalmente. Abril nem terminou e já posso tratá-lo como um mês difícil.

Não me entenda mal: é bom lembrar o óbvio de que "difícil" não significa "ruim", apesar da acomodação mundana que nos faz esquecer disso. Enfrentei perdas e intuo outras para breve, mas isso não implica em frustrações típicas. Primeiro porque consegui não idealizar (e sempre que consigo o resultado é melhor do que o sonhado); segundo, porque a ambiguidade dos elementos só desvela sua objetividade quando encarada como um todo. É aquela coisa de não tentar entender o elefante pela ruga no fiofó: ali também há elefante mas elefante não é só aquilo.

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Abril também foi muito gostoso. Curti a presença de pessoas que não fazem idéia da própria importância nem do poder que possuem sobre meu humor, minha alegria. Fui recebido por anfitriões que fariam o Bush sentir-se bem vindo (não, minto - parte do valor desses anfitriões está na honestidade de não fazer sala por mera etiqueta); estive com os olhos em olhos transparentes e tagarelas, que não cansavam de repetir que satisfaziam-se em ver os meus. Vi sorrisos que as fotos posadas nunca conseguem capturar, ombros relaxados e guardas baixas, evidências dos raros momentos onde podemos simplesmente relaxar e deixar ser. Esses detalhes, essas notinhas de rodapé da minha vida (com mil e quinhentas páginas, capa dura, edição de luxo), permanecem mal guardados na memória, posto que transbordam para o rosto em expressões e sorrisos incontidos. É um fenômeno tão bom que me pego metido numa confusão cronológica: já sinto saudades antes mesmo de vivenciá-lo. Certezas nada hedonistas pero todo-prazeirosas num mundo tão incerto.

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Quanto mais cedo você abre a torneira, tão mais rápido corre água nova. Então, que seja: já que a forma que a Vida encontrou para perdurar é renascer sob novas sementes, retiremos a casca velha sobre a ferida para que a pele nova respire. Pessoas, hábitos, situações: não há nada que dispense, ignore, passe imune ou mesmo impune à transformação, ou mesmo que não a deseje.

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Breve, novíssimas e incomensuráveis piadinha infames de dar ódio, assim que eu descansar e/ou enquanto durarem os estoques.

2 comentários:

Vinícius Castelli disse...

Foi um mês intenso..completamente intenso, e quem esteve por perto sabe.
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Ah, os sorrisos, aqueles que nos fazem bem, os detalhes do tal mundo incerto, totalmente incerto.
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E que corra a água, seguindo o curso do rio e desviando das pedras. E que a nova pele respire.
Viva a renovação.

De Marchi ॐ disse...

Conclusão: este tópico não deu IBOPE. <:((