quarta-feira, 8 de outubro de 2008

• Crazy crisis - parte A

Tá difícil pra você entender a mais recente crise econômica?
Não se preocupe, amiguinho! Ninguém entendeu.

Mas, pensando no seu bem-estar, deixo aqui algumas dicas inúteis (lembre-se, se conselho fosse bom, vendia-se como ativo da Bolsa que vale mais do que dinheiro):

a) Os bancos falem. Os banqueiros, não.

b) Lembra do Y2K, quando o mundo implodiria em bytes no bug do milênio? Lembra da Bolsa da China, que derrubou a Bovespa? Da crise do petróleo, que secaria os automóveis? Pois é, se você lembra é porque sobreviveu. Se não lembra, também.

c) Muito vem sendo feito. A quantidade de jornais e horários nobres que se vendem na mídia em função desse assunto talvez não cubra o rombo financeiro, mas deve amenizar.

d) O cara que planta seu feijão continua vendendo pra você, pra poder comprar a geladeira que você fabrica. Não houve geadas nem problemas com matéria-prima, mas os financiamentos imobiliários-fantasmas americanos vão abalar essa relação porque estão intimamente ligados a nós, conforme se vê.

e) Você aluga seu cortador de grama pro vizinho porque você tem dois (e se só emprestar, o puto não devolve). O vizinho é um burro pobre que come capim pra poder pagar esse aluguel. Aí seu filho perde o reserva porque é estúpido e comprou a dívida de um vizinho que tinha ficado sem regador. Eis uma crise. Pra cobrir, você vai no seu vizinho e toma o aparelho de volta. Sem ele, o vizinho se desespera porque terá de cortar o capim com os dentes. Você, sem o dinheiro do aluguel, tira do bolso pra cobrir o déficit. Eis uma crise. Pra repor o buraco nos lucros, você tem a idéia de emprestar seu aspirador pra um vizinho. Ele comerá capim pra poder te pagar. Eis uma crise.

f) Capitalismo envolve risco. Quanto maior o risco, maior o lucro, caso dê certo. Se não der, alguém terá de pagar. Nesse caso, você, que não investe na Bolsa.

h) Reclamam da postura dos Governos, mas nada melhor pra uma crise artificial do que um paliativo artificial. Com dinheiro real. O nosso.

g) A ser pago para quem? Ora, você quer saber demais!

Um comentário:

웃 Mony 웃 disse...

Se eles caírem o resto do mundo bem vai saber se virar de outra maneira...
Honestamente, pra mim as coisas não mudaram ainda, e quando mudarem vai ser pra melhor!