Eu de novo...
(jura, Denis? Você, no seu blog?).
Pois é. Quase senti saudades!
Ando um tanto acabrunhado, num misto de tédio e esgotamento pelo turbilhão dos últimos dias. Acrescenta-se aí mais uma evidência da estupidez do blogueiro: o mundo tá desabando e você se pergunta se não deveria escrever sobre isso no brógui. Pois eu me perguntei, perguntei e a resposta foi um "nhaaaaaw...". Mas não se engane, leitor! Não foi bom senso, foi desânimo mesmo.
Desânimo porque, muitas vezes,
dizer é não mais que chover no molhado.
"A polícia errou no caso Eloá" (e não, eu não a conhecia só porque moro na mesma cidade - juntamente de outras 800 mil pessoas), "a TV tem tanta ética quanto a Gretchen tem hímem", "o capitalismo está em falência", "o nível das Eleições está mais baixo do que nunca", entre outros clichês...
Ah não, né? Se não ando no melhor momento pra brincar com meus Exus pelo reino da Bloguelândia, ao menos vou poupá-los (ou poupar-nos?) desses dissabores midiáticos.
Não seria mais divertido discutir se o Nostradamus foi racista quando "citou" o Obama nas Centúrias? Ou cronicar e poetar aquelas pequenas agruras do cotidiano que nos aproximam? Expor pequenas intimidades, sonhos, medos e pensamentos?
A gente sente falta dos mitos, das cantigas, das almas das filosofias. Talvez queiramos uma folga do secular e do pontual, mais do que apenas alternar entre o banal e os sensacionalismos premoldados da rotina monotônica. Não ao ópio, sim ao açúcar. Ao sabor que encorpa o meramente nutritivo. Não à alienação, sim à miscigenação da cultura e da informação. Que ninguém, no entanto, inicie uma passeata ou campanha em prol do Entusiasmo. Que surja automático, espontâneo, pelo tesão e pela verve de ver-se vivo, como tudo o que é natural e, por isso, funciona.
Procurarei evitar essa coqueluche virtual de tentar transformar, tão a sério quanto em vão, um blog num veículo de mídia e informação; também não ceder à vaidade, invariavelmente sem senso crítico algum, de achar que importam ou fazem diferença as minhas opiniões, quase sempre pouquíssimo embasadas, sobre situações pontuais.
Mas... não prometo! :^D
***
Enquanto isso, vamos às vacas gordas, como diria Ivo Pitanguy.
Pra não dizer que não falei de flores, tô contente com o retorno que vocês deram aos últimos posts. Obrigado! Alguns, confesso, não eram o que eu previa (o que é ótimo). Por exemplo, o do Dia do Caviar. Nos próximos posts pretendo comentar algumas mensagens bem interessantes que recebi em função desse post (aproveito desde já pra agradecer ao(à)* anônimo(a) pela mensagem de carinho - o problema é que, ao me estimular a escrever mais, você castiga os leitores por tabela... :D). Estou também em dívida com a Jana, que pediu por um texto que publiquei e recolhi para reeditar. Nas próximas semanas ele retorna, assim como (espero!) meu bom humor.
Mas só depois do Inferno Astral.
* (o/a) = magnífica técnica para dar uma de Migué, confessem. ;^D
Fiquem agora com a nossa...
INCOMENSURÁVEL PESQUISA DA SEMANA!
"Na sua opinião, quem foi o culpado pela tragédia?"
a) a Polícia
b) o Pai foragido
c) Lindenberg
d) Spielberg
e) Iceberg
Charge do dia
Há 4 anos
12 comentários:
Safadão esse Jack!
Viva o açúcar! Quero uma camisa dessa!
P.S.: O Dênis é o cara!
Viva o açúcar, pero no mucho, para mim.
Bem que eu queria!
Pra falar a verdade, não há quem não desanime por conta da avalanche de desgraceira, especialmente a da última semana... Uma das coisas que mais sinto falta é da propagação das boas notícias.
Eu sei que elas existem, mas, a mídia insiste em fazer sensacionalismo em cima das desgraças, vende mais, rende mais e não é nem preciso procurar muito. Em tempos de individualismo, falta de respeito humano e desigaldade social gritante fica fácil. E fica mais palatável a povos criados dentro da cultura judaico-cristã.
A questão é que, a vida segue para quem não morreu, ou, para quem não se deixa morrer em vida. Então, o desãnimo pode se caracterizar até como um ato de rebeldia, quando bem dosado. Um ato de auto-preservação também. Já quando vira rotina, quando perdura demais, soa estagnação e a pessoa cai no esquecimento também, pq não há coisa que o ser humano suporte menos do que o silêncio. Sou dada a silêncios e sei bem disso. Sou do tipo ruidosa, e seja o ruído coerente ou não, bom ou não, há um séquito quando há alarido e, quando muito uma companhia quando sou silêncio...
Então, alterne, pq estagnação não combina contigo. De qualquer maneira, eu não sei te esquecer, mas confesso que quando a chama da fome da vida esta acesa é bem mais gostosa tua companhia. Felizmente ela não se apaga em ti, no máximo abranda, mas é questão de saber soprar...
Quanto ao post sobre o caviar, tua sutileza impediu as respostas que querias.
Bem feito, as pessoas são o que são, não o que queremos!
Nem todo mundo olha o que vai na barrinha lá em baixo... :P
Soube de cara pq me envolvi com o assunto. Sei que a ironia é uma boa linguagem e que usas bem. Também gosto dela. Mas nem sempre partilhamos da mesma opinião.
Não, um dia não é o suficiente, um post não é o suficiente, falar e não fazer nada não resolve, concordo. Mas discordo quanto a dizer que uma pessoa não pode fazer a diferença. Se puder fazer na vida de mais um que seja, já fez algo. Mais do que só sentar e criticar aos outros.
Se todos acharem que suas atitudes não valem, que não fazem a diferença sozinhos, aí que o bundalelê toma conta, pq morreremos na inércia.
Grandes projetos vieram da iniciativa de uma só pessoa, elas podiam nem saber a dimensão do que faziam, mas, foram lá e fizeram...
Bom, já escrvi demais, só pra variar. Deixo mais para depois.
Beijo.
Mony, eu não disse nada sobre as respostas que "queria", disse que "esperava" - e de certo modo o silêncio também fala. :)
É bom quando o mundo é menos previsível do que de costume. Por isso me envolvo nestes jogos virtuais.
Realmente, errei o verbo, não era queria e sim "previa"...
Concordo, não há razão pra conversar, pq não há troca quando tudo é previsível. O bom do ser humano é justo a dinâmica.
hm, fiquei mais curiosa com a conversa aqui do que com o post... Afinal de contas, qual era a mensagem subliminar do caviar?
Karin, isso está explicado no último comentário que Denis fez lá no post do caviar. ;)
:D
Visto e respondido, Mony. ;)
Quanto ao açúcar, tô tendo que passar meio longe... ordens médicas. Entrei pro não tão seleto clube da gastrite/esofagite e o cara me disse que eu não posso comer (e beber) um monte de coisa, entre elas doce. Sei não se vai rolar... Ah, sim, e tb veio a sugestão de não me deixar estressar ou angustiar com as coisas... eu agüento? Quase mandei o médico ir cagar... só pra ajudar a desopilar, sabe? rs
Pois é, eles vêm com cada indicação que talvez se a gente vivesse em Marte... :(
Karin, mas, uma coisa ganhastes junto à associação ao clube, um passaporte totalmente grátis para o direito ao foda-se. será que isso é o equivalente a desestressar.
Vamos deixar a culpa para os cristão e enfiar o pé na jaca! :P
Viva o açúcar!
Oba! Amei a idéia!
E te digo que vai ter gente recebendo esse "foda-se" logo logo... rsrs
Afe!
Só troquei o ponto de interrogação pelo ponto final e comi a concordância no último comentário, mas... Ainda bem que a Karin entende! :)
Bóra lá. Não passa vontade não.
Eu ando enchendo a boca pra dizer foda-se pelo menos umas três vezes por dia.
O "figo" tá bão! :)
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