Os blogs estão parados mas as vidas caminham.
Será que este brinquedo afinal é como tantos outros?
Sofisticamos as ferramentas de sublimação. Tenho cá comigo que meus comentários nos blogs dos outros são melhores que meus posts aqui. Eu pensava que era apenas pelo desejo de interação, e nisso não estava totalmente errado - apenas parcial em medidas.
É gostoso e sem dúvida mais dinâmico criar em cima dos dizeres dos outros, o que reforça aquele papo de que as idéias não pertencem a ninguém.
Ainda assim nosso ego blogueiro quer ver mais comentários e caras diferentes a cada post, assim como queremos aplausos e elogios a cada nova criação, transformação e repaginada.
No fim das contas, a mesma velha sublimação, não é?
Quem vive o que sonha não precisa sonhar. Migra do sonho para a vida.
Já pensei isso um dia.
No momento não sei se estou pensando. Nisso ou em qualquer outra coisa.
***
"Será que a inspiração se alimenta apenas da dor?" - perguntou-me X, que parou de escrever quando curou-se de uma paixão. Já Z nunca curou-se de paixão alguma, mas hoje raramente exercita a instrospecção da poesia - antes, revisita sombras e publica velhos desesperos. Pudera, seu momento demanda a extroversão dos jogos eróticos do aqui, do agora. Y e W, a encher seus tanques, recompõem-se entre um silêncio e um espasmo. K luta contra seus controles tentando controlar-se e, quando relaxa, vocifera as volúpias de uma alma em transição.
E todos vão conseguir. Todos chegarão lá.
"Onde?"
No oposto de onde estão.
E eu aqui, a dizer dos outros porque de mim nada tenho no momento.
Mas chegarei lá.
"Onde?"
No oposto de onde estou (o que talvez signifique que em breve eu só diga de mim por nada ter dos outros).
Chega-se lá, queiramos ou não.
"A madrugada fria só me traz melancolia"
Na voz de Maria Bethânia
Charge do dia
Há 4 anos
6 comentários:
Ah, mas vc diz tanto de si, Denis, mesmo dizendo sobre os outros... Creio que vc possa chegar em qualquer oposto que queira, mas a tua natureza reflexiva irá te acompanhar sempre.
Eu só gostaria que os caminhos individuais não fossem tão solitários... mas esse é um desejo fútil. Por mais que nos acompanhemos, as jornadas continuam sendo sempre individuais. Eu realmente espero achar isso bom um dia, já que não há escolha mesmo... (librianos... pfff! rs)
É gosto não precisar falar de si, só estar em si, só sentir-se. O sentir mais profundo que a gente tem é aquele que não há palavra pra definir... É só o estar pleno. O silêncioé bom...
Eu vejo tanto de você quando leio aqui.
Dizer de si, dizer dos outros, dos outros e de nós.
Enfim, dizer.
E talvez na dor a inspiração fique mais forte, talvez. Não sei.E acho que quando a dor passa, e também passa a não importar mais, chega o alívio mas também o cansaço.
E quando o sol volta a bater no rosto trazendo coisas boas, a gente fica querendo viver as novas coisas de uma forma tão faminta que talvez nos esqueçamos de escrever.
Eu tenho escrito, menos, é verdade, mas por outro lado tenho vivido mais. :)
E tão bom compartilhar, não???
w, k, y z, cacete, em que letra do alfabeto vc me pôs em pequenim?
Mario
Pretensioso! :D
Pelo jeito a vida não tá andando, tá voando... :O
Agora eu é que digo que tô com saudade dos teus posts! :)
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