domingo, 16 de março de 2008

• Críticas cinematográficas - parte 1

Todos sabem que valorizo tremendamente a crítica de cinema. É de fundamental e inexorável importância não só para a indústria cinematográfica como para os expectadores, quiçá para preencher as brechas entre a seção de culinária e o horóscopo em jornais e revistas onde os calhaus não cabem.
Pois bem, conforme dito há muito tempo atrás no post
NEWS: Críticas cinematográficas, venho através deste publicar minha incomensurável resenha sobre duas pérolas da sétima-arte. Por questões de royallties e demais putarias mercadológicas, não citarei, porém, seus nomes (
o que é muito bom pois eu posso contar o fim sem estragar seu filme - essa nem o cinéfilo e galã Rubens Ewald Junior pensou!).

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Crítica: Novo pornô da Gretchen

Achei a dialética cinematográfica válida enquanto formalização do discurso estético, contudo falta-lhe um mergulho mais profundo na essência da protagonista. A aparente vivacidade da personagem reflete os medos e angústias da mulher ocidental diante das cobranças de jovialidade eterna por parte da sociedade em que jaz inserida. Os diálogos curtos e assertivos remetem ao mecanicismo enquanto via filtrante das manifestações espontâneas do inconsciente (mas quando flui, ah... mela até os cílios).

Classificação: ☆☆ e uma cãibra no pulso à toa



Crítica: Novo pornô do Alexandre Frota

Não gostei, apesar do sugestivo apelo à estética informal do Movimento Dogma, praticamente sem cortes senão os das protagonistas. O movimento contínuo e frenético de câmera dá um tom amadorístico ao movimento trepadorístico, com destaque para a autofagia do personagem principal vivido por Frota, que desvia o foco narrativo para os desejos narcisistas da alegoria. Percebe-se a clara nuance de que o protagonista não desenvolve uma relação dialética com os demais, imerso em si mesmo e na demonstração de sua própria performance, propositadamente desenvolvida pelo diretor para endossar a falibilidade das relações mecânicas da modernidade.
Destaque para a relação de domínio e desprezo, em modelo cinema-denúncia, cuja apoteose consiste em uma cusparada no ânus recebida pela coadjuvante momentos antes da expressão de carnalidade misógina.
Classificação: e um bocejinho